E se nos despíssemos?
Andássemos nús por
aí
Como nossos
antepassados longínquos
Se a máscara viesse a
cair.
Não é que eu seja um
pervertido
Apenas fico encucado,
com tamanho poder adquirido
Por certas coisas como
a moda...
Como pode um pedaço de
pano nos por pra dentro ou pra fora?
Como pode dizer se
somos bons ou ruins?
Desde quando não há valor algum em Ser Humano?
A verdade é que se nos
despíssemos
Nada, ainda, estaria
revelado
Além doutra roupa
obscura
Toda ela feita de carne
E com poderes de uma
bruxa.
Quem nunca foi enfeitiçado por uma dessas?
Pense um pouco, pra que finos trajes?
Se nem são tão
confortáveis como ter os membros ao vento
Se o nosso grande desejo
tem sido arrancá-los
Pra descobrir com demasiada
satisfação
Uma outra
roupa... outra máscara.
Proponho então que nos
dispamos
Quem sabe sem nossas
roupas de pano
Voltemos a
descobrir
O que temos de mais encantador.
Nos dispamos de mentiras como a moda.
A profundeza de cada Ser Humano
No interior duma roupa de carne
Revela a sua maior beleza
Talvez sua única verdade
Revela as límpidas razões para desejá-lo...
Mas insistimos em permanecer na superfície.